A despeito de sua maior entrada nas universidades a cada ano, mulheres ainda ocupam os lugares de menos prestígio na academia e são aijadas das áreas das ciências, numa reprodução da desigualdade e dos preconceitos de gênero de outros campos sociais, agravados se sobrepostos a aspectos como raça e classe.
Este livro, aberto a novas colaborações, reúne artigos e entrevista de cientistas e pesquisadoras mulheres brasileiras, que contribuem para o diagnóstico de onde se dá a maior desigualdade de gênero para, a partir daí, propor políticas públicas e mudanças institucionais que acolham os anseios de quem entra na academia esperando alçar voos maiores.
A universidade brasileira mudou muito nas últimas décadas. Foram essenciais os programas de democratização e expansão da educação superior no país, como a Lei de Cotas e o REUNI (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), q que transformaram radicalmente o perfil estudantil, tornando mais justo o acesso à universidade.
Essa mudança não foi acompanhada, contudo, por deslocamentos igualmente significativos nos espaços de poder da academia, como observado, por exemplo, na sua distribuição por gêneros.